Curso - Créditos admitidos na sistemática não-cumulativa de PIS e COFINS - "Otimizando a utilização de Créditos"


ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA

 

Alavancagem significa a capacidade de uma empresa utilizar recursos de capital (ativos) de forma a maximizar o retorno de acionistas, quotistas ou titular.

 

A alavancagem operacional é determinada em função da relação existente entre os ativos e o lucro antes de juros e provisão do IRPJ e CSLL, ou seja:

 

Alavancagem Operacional = Lucro antes Juros e Provisão IRPJ e CSL/Ativos

 

Ora, a decisão de investimento, utilizando-se recursos próprios e de terceiros, é motivada pela expectativa de maior rentabilidade sobre os capitais empregados.

 

Podemos concluir que só é vantajoso utilizar capitais onerosos (remunerados com juros) quando a alavancagem operacional do negócio é superior ao respectivo ônus.

 

Então, se a empresa tem uma alavancagem operacional de 15% ao ano sobre seus ativos, só poderá pagar juros de 15% ao ano ou menos, pois senão seu resultado líquido será prejudicado.

 

Esta “diferença” entre a taxa de retorno de ativos (alavancagem operacional) sobre a taxa de remuneração de capital (juros) é o que denominamos “alavancagem financeira”.

 

Exemplo:

 

Se a taxa de retorno sobre os ativos é de 20%, e o custo de capital é de 12%, a alavancagem financeira será de 20% - 12% = 8% sobre os ativos.

 

Novamente a contabilidade é fornecedora de dados e informações para tais decisões, pois com base no histórico de desempenho poderemos avaliar a conveniência ou não de gerar novos negócios utilizando capitais onerosos.

 

Nada impede que as alavancagens (operacionais e financeiras) sejam calculadas sobre as receitas, especialmente quando o analista contábil se depara com situações em que os dados para cálculo compreendem variáveis associadas a novos negócios.

 

Exemplo:

 

A Alavancada S/A dispõe de recursos de sócios, para capitalização imediata, de R$ 5.000.000,00.

 

Está em estudos o lançamento de um novo centro empresarial imobiliário, no valor total a ser investido de R$ 25.000.000,00. Os recursos remanescentes advirão de financiamento imobiliário, cuja taxa de juros prevista corresponde a 20% ao ano.

 

Sabe-se também que os sócios desejam remuneração anual equivalente a TJLP, a título de juros sobre o capital próprio, do valor capitalizável. A TJLP projetada está em 10% ao ano.

 

Demais dados:

 

  1. A Alavancada S/A é tributada pelo Lucro Real. A alíquota média do IRPJ e CSLL corresponde a 34%. A aplicação do novo investimento não afetará as alíquotas médias do IRPJ (25%) e da CSLL (9%) sobre o resultado.
  2. Os dados contábeis levantados da Alavancada S/A, historicamente, permitem prever que as atividades imobiliárias da companhia têm um lucro antes dos juros e da provisão para IRPJ e CSLL de 30% sobre a receita operacional bruta.
  3. Os recursos de sócios serão levantados imediatamente, para início das obras. A amortização dos juros será anual e a previsão de devolução dos recursos é no final do empreendimento.
  4. Os demais recursos serão levantados á medida da execução física do empreendimento, cuja duração prevista é de 12 meses. Os juros devidos são pagos mensalmente, e a amortização do capital será semestral, em 4 parcelas, iniciando-se a primeira no 18o mês do início do empreendimento.
  5. Estima-se que o novo centro empresarial poderá gerar um volume de receitas, pelas vendas de unidades, de R$ 45.000.000,00, no prazo médio de 4 anos, desde o início do investimento. No primeiro ano, com base na contabilidade, o volume de vendas corresponde a 10% do empreendimento. Nos demais anos, 30%.

 

Questiona-se: com base no histórico de rentabilidade dos empreendimentos imobiliários da Alavancada S/A (medida pela contabilidade), qual será a alavancagem financeira do empreendimento?

 

Vamos aos cálculos:

 

1o. passo: Projetar as receitas. Prevendo-se a realização das vendas em 4 anos, com base no histórico contábil, teremos a seguinte distribuição por ano:

 

Ano

Vendas %

Vendas R$

1

10%

4.500.000,00

2

30%

13.500.000,00

3

30%

13.500.000,00

4

30%

13.500.000,00

Total

100%

45.000.000,00

 

2o. passo: Projetar as despesas financeiras anuais.

 

Observe-se que, no primeiro ano, a despesa financeira relativa aos R$ 20.000.000,00 dos recursos obtidos de terceiros será proporcional á construção do empreendimento. Desta forma, como estima-se um cronograma físico de 1 ano para completá-lo, pode-se estimar que a liberação média de financiamento (ao qual se sujeitará o pagamento de juros a terceiros) será de R$ 20.000.000,00/12 meses = R$ 1.666.666,67 por mês. Então o cronograma de liberação de recursos de terceiros, com os correspondentes juros proporcionais, nos primeiros 12 meses do empreendimento, será:

 

Mês

Liberação R$

Liberação Acumulada R$

Juros R$ mês

1

    1.666.666,67

    1.666.666,67

         25.515,78

2

    1.666.666,67

    3.333.333,33

         51.031,57

3

    1.666.666,67

    5.000.000,00

         76.547,35

4

    1.666.666,67

    6.666.666,67

       102.063,14

5

    1.666.666,67

    8.333.333,33

       127.578,92

6

    1.666.666,67

  10.000.000,00

       153.094,70

7

    1.666.666,67

  11.666.666,67

       178.610,49

8

    1.666.666,67

  13.333.333,33

       204.126,27

9

    1.666.666,67

  15.000.000,00

       229.642,06

10

    1.666.666,67

  16.666.666,67

       255.157,84

11

    1.666.666,67

  18.333.333,33

       280.673,63

12

    1.666.666,67

  20.000.000,00

       306.189,41

Total

    1.990.231,16

Conteúdo retirado da Obra Contabilidade Gerencial, para acessar mais assuntos atualizados, clique aqui.

Manual de Contabilidade Gerencial

 

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